Raízes Árabes

Meu pai sempre disse que descendiamos de árabes e eu nunca levei muita fé e ele dizia num tempo q nem existia internet mas ele amava a história e fez a pesquisa do jeito dele, dizia que a Mouraria aqui em Salvador era nosso bairro árabe. Ele também me ensinou que Raquel de Queiroz quando escreveu Memorial de Maria Moura se inspirou na nossa família e que os Moura do Brasil todo vieram da chapada Diamantina/Guimarães. Sempre achei q isso era viagem dele e para escrever esse post fiz uma pesquisa básica na net, tudo que está a seguir são trechos copiados e confirmam tudo isso. Valeu pai! Pelas histórias e estórias que me contou dedico esse post a vc. Te amo aí no lugar q vc está.

Moura
1ª versão MOURA vem de Moro, do latim maurus, habitante do norte da África, chamada de Mauritânia pelos romanos; por extensão, indicava também o cidadão de pele morena; escura, “pardo como um mouro”. Com a conquista do norte da África pelos muçulmanos no século VII em diante, maurus passou a indicar também sarraceno, árabe, mouro e em decorrência, maurus (moro) passa a indicar também indivíduo sem fé, infiel, incrédulo, pagão, apóstata. Um desses significados motivou o surgimento do sobrenome Moro, embora pareça mais provável que prevaleça o apelativo conferido a alguém por sua tez, barba ou cabelos morenos. Ref. histórica: A família Moura procede de Pedro Rodrigues, que no ano de 1107, no tempo de D. Afonso Henriques, 1o rei de Portugal, ganhou aos mouros a Vila de Moura, que ficou sendo o solar desta família e donde tirou o sobrenome. Uniram-se aos Rolins que por isso usam o brasão de armas da família Moura. Seu neto, Vasco Martins Serrão de Moura, foi o 1o senhor de Moura, por mercê de sua parenta a rainha D. Beatriz de Gusmão ( - 1300), esposa em 1253, de D. Afonso III, rei de Portugal, em 1248.

2ª versão Na Espanha nos anos 711 a 718, os Visigodes expulsaram os Vândalos para a África. E os Visigodes foram por sua vez conquistados pelos Mouros. Os Mouros no século VIII dominaram os Visigodes e se estabeleceram-se em Portugal. No ano de 1107, no Reinado do Rei D. Afonso Henriques, Tudo indica que perdeu para os Mouros a Vila de Moura no Alentejo. Portugal tornou-se Estado Independente em 1185 e consolidou-se depois da expulsão definitiva dos Mouros em 1249 tudo indica que o sobrenome Moura derivou de gente vindo desta terra agora vila Moura. Tinha por habito quando alguem imigrava para outra localidade chamar pelo nome da terra que acabava sendo como uma alcunha que mais tarde se transformou em sobrenome e se foi espalhando por Portugal e por onde havia Portugueses. O sobrenome Moura é bem antigo, pertence à Idade Média. Moura é sobrenome destinado a identificar os imigrantes portugueses provenientes da vila de Moura, no Conselho de Beja, região produtora de minério de ferro e água mineral. Tudo indica que Os Mouras chegaram ao Brasil – litoral da Bahia – em 1503, no navio de Sebastião De Moura, o Espoir d’Honfleur. Ele voltou para Honfleur na França ao final de 1503, e em 1504 passou outra vez pelo mesmo litoral brasileiro, da atual Bahia, e deixou mais parentes Mouras,E depois, seguiu para a Índia, numa missão comercial francesa, a primeira daquele país até a península Índica. Sebastião de Moura e Diogo Coutinho que, no ano de 1503, ajudaram o poderoso navio francês Espoir na tentativa de chegar à Índia por mar), para organizar a frota marítima. Porém, os primeiros anos não foram fáceis. Para além de a política do “Mare Nostrum” (uma bula que colocava nas mãos das coroas portuguesa e espanhola o domínio dos mares ocidentais e orientais), a primeira tentativa de chegar à Índia por mar redundaria num fracasso total. Apesar da presença dos dois navegadores portugueses, a grande verdade é que o conhecimento real estava nas mãos da Ordem de Cristo e assim sendo, a embarcação Espoir foi atacada por piratas, destruída e, para terminar os efeitos nefastos da ideia, ainda foram repreendidos e multados pelo papado romano, que tinha concedido a bula de exploração marítima apenas aos países da Península Ibérica,(os Mouras é uma das dez famílias mais antigas do Brasil; mais antigas que os Mouras, só as dos descendentes dos marinheiros do navio de Cabral que fugiram em 1500, embrenhando-se na floresta, e as dos descendentes de portugueses que, estranhamente, foram descobertos nas proximidades de onde hoje é Santos, e que ninguém sabe ao certo por que estavam lá – onde devem ter chegado antes de 1500). Sebastião conhecia exaustivamente as rotas oceânicas, não apenas por ser filho de João De Moura, o excepcional navegador português de meados do século XV. Também detinha no cérebro informações de uma família dedicada aos oceanos e mares desde tempos remotíssimos. Naqueles tempos, a pessoa já nascia sabendo que profissão teria, pois inexistiam escolas, e os filhos eram sempre aprendizes da profissão paterna; entre os Mouras, quem não era navegador era cartógrafo, carpinteiro, mineiro etc.., e ambos eram igualmente comerciantes).

Logo após a descoberta do Brasil em busca do ouro os portugueses em Minas Gerais, 1696, a região começou a ser povoada por portugueses radicados no Nordeste do Brasil e por verdadeiras caravanas de novos colonos de Portugal, existe no nordeste do Brasil uma cidade chamada Moura tudo indica que eram pessoas desta familia e vindas da terra Portuguesa no Alentejo chamada Vila Moura e parentes dos navegadores Mouras em cima citados. O brasão da família MOURA tem por Armas em campo vermelho sete castelos de ouro, em três pallas ficando três pelo meio com portas lavradas de preto.

Fontes:

Origens e significados dos sobrenomes. http://ediazzi.sites.uol.com.br/sobrenomesmartins.htm
Mouras na Bahia. http://osbarrosoes.spaces.live.com/

O quê faltou dizer do Egitão


A Alexandria que conheci
O ATAQUE NA VIRADA DO ANO EM ALEXANDRIA
Prometi no post da viagem desse ano dar uma opinião mais ampla sobre o Egito. Mas, quem me conhece sabe q fiquei muito mexida com tudo q vi, as pessoas q conheci e ao mesmo tempo faltava inspiração. A inspiração veio no dia primeiro do ano quando soube do ataque a Igreja Copta em Alexandria. Segundo a imprensa tudo aconteceu pouco mais depois da meia noite e até agora foram confirmados 17 mortos e uns 70 feridos. Vc deve tá dizendo Bibiquinha, vc mudou de tom? pq falar disso? quem ler o seu blog não se intressa por isso. Ora, pule esse post! Isso aqui é um quase-diário escrevo o q tá no meu coração, sou muito empática e tô bolada com tudo isso...


A Alexandria do atentado
Esse ataque expressa um pouco o anacronismo em que vive toda a comunidade q conheci. Num discurso ao país, Hosni Mubarak disse que o atentado foi cometido por "mãos estrangeiras" com o objetivo de dividir os egípcios. "Este crime odioso visou toda a nação, coptas e muçulmanos", denunciou o Presidente, numa condenação repetida pelos líderes das duas confissões. Os egipícios são sunitas e sua principal fonte de renda é o turismo  e eles tem verdadeiro pavor a atos terroristas, pois logicamente afasta o turismo. Todos os lugares por onde se anda se encontra um par de guardas ostensivamente armados, em entradas de hotéis existem detectores de metais. Assim, eu realmente acredito quando as autoridades dizem que a responsabilidade pelo ataque foi do grupo Iraquiano Al-Qaeda (grupo terrorista), lembrando que eles são os famosos xiitas (extremistas religiosos) que mandou um bombista suicida fazer o trabalho.

O anacronismo vem do fato que o Egito, como Irsael (judeus), e os outros tantos estados árabes não são estados laicos e sim muçulmanos/islamicos. Cara! A pessoa não tem a opção religiosa ela herda a religião dos pais, ou seja familia cristã é copta e islâmica é mulçumana e isso fica na certidão de nascimento. Sendo que os coptas são a maior comunidade cristã do Oriente Médio, e representam entre 6 e 10% dos 80 milhões de egípcios, ao mesmo tempo por questões históricas Alexandria é uma cidade cosmopolita do ponto de vista religioso abrigando até hoje judeus e a maior parte da comunidade copta do Egito, contudo o copta não se sente um egípicio e sim um estrangeiro em seu própio país - copta ortodoxo, copta católico, grego ortodoxo, melquita (católico). Hoje estas igrejas estão se unindo em busca da comunhão perfeita, porque, desunidas, estarão dobrando os joelhos diante dos não-cristãos. Entre suas características, cabe destacar que possuiem influências ainda do judaismo, por isso, se pratica a circuncisão, mesmo não sendo obrigatória, e que os fiéis entram descalços no templo e nos tempos litúrgicos fortes, praticam um jejum muito rigoroso.

Gostaria de dizer que tanto no período que passei em Irsael quanto no Egito fui muito melhor tratada pelos mulçulmanos que pelos judeus. Os mulçulmanos dizem q o Islã é a religião da paz converso muito com eles até hoje, mas especificamente com Mahmoud e Jmal (egipício e palestino respectivamente) e dizem não ter preconceito com nenhum tipo de religião, o homem mulçumano pode se casar com uma judia ou uma cristã pois a descendência da linhagem é paterna e o filho nasce mulçumano. Contudo, você pode imaginar que a mulher é um ser de segunda classe sem muitos direitos, é o que vamos discutir a seguir.

EVA E A CIRCUNCISÃO FEMININA
Desde tempos remotos a mulher é a tida como pecadora e lasciva. Isso não é merito da cultura árabe, nem muito menos egípicia. é interessante discutir as origens da circuncisão feminina, que é sem dúvida uma prática milenar, um exemplo é que no Sudão é chamada de circuncisão faraônica. Ou seja, essa pratica é mais antiga que o Judaísmo, Crsitianismo e o Islã e atinge indiscriminadamente a população feminina dos países onde se encontra, independente da religião tanto cristãs, quanto animistas e mulçulmanas são vítmimas dessa prática. A OMS divide a prática em quatro tipos: o tipo 1 é a remoção total ou parcial do clitóris; o tipo 2 é a retirada do clitóris e dos pequenos lábios; o terceiro tipo envolve o estreitamento do orifício vaginal pela criação de uma membrana selante, corte ou aposição dos pequenos lábios e/ou dos grandes lábios (a chamada infibulação); o tipo 4 é qualquer outra forma de intervenção por razão não médica. Os primeiros dois tipos correspondem a 90% das ocorrências de mutilação, segundo a OMS.

Mapa localiza países onde a mutilação genital feminina está documentada


Todavia como a maioria religiosa é mulçulmana aparentemente é uma prática desse grupo, mas não é. A razão para manter essas práticas são a "tradição" que serve para simbolizar e marcar esse grupo étnico e dizem ser um requisito religioso, mas nem na Biblía, nem na Torá, nem no Alcorão há argumento para isso. A própria Liga àrabe já se manifestou contrária a essa prática pois denigre a imagem do Islã. As outras razões: ajuda a mulher a não pecar e manter-se virgem até o casamento, protegendo a honra da família e a legitimidade dos descendentes, reduz o desejo sexual da mulher tornando Eva mais dócil e menos propensa a pecar, aumenta o prazer sexual do homem. Um outro problema social é que de fato as jovens não serão aceitas como esposas se não forem circuncisadas e no Egito há ainda a questão geográfica as comunidades mais ao Sul expostas ao contato com países africanos tem incidência maior.

Em 2007, após a morte de uma menina de 12 anos durante uma cirugia de circuncisão feminina no sul do Egito, por uma médica, o Ministério da Saúde do Egito emitiu um decreto por meio do qual proíbe a circuncisão feminina. "É proibido a qualquer médico, enfermeira ou qualquer outra pessoa cortar, achatar ou modificar qualquer parte natural do sistema reprodutivo feminino, seja em hospitais governamentais, não-governamentais e outros locais", diz o documento. Contudo, essa pratica é mantida e as histórias são parecidas: sem aviso, as meninas são levadas pelas mães a um local ermo, onde encontram uma espécie de parteira que as espera com uma navalha. Sem qualquer anestesia ou assepsia, a mulher abre as pernas das garotas - muitas vezes, crianças de menos de dez anos - e corta a região genital, num procedimento que varia da retirada do clitóris ao corte dos grandes lábios e à infibulação (fechamento parcial do orifício genital).


A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que entre 100 e 140 milhões de meninas e mulheres vivem hoje sob consequências da mutilação - a maioria na África. Os argumentos culturais não podem obscurecer o q é na verdade atos babaries contra os Direitos Humanos, lembrem-se que em todos os lugares em q há essa prática há também a prática dos casamentos forçados e do casamento de crianças e adolescentes com homens muito mais velhos. Vc precisa ser mulher para entender como tudo isso é muito triste? O q a ONU está fazendo? O que as Igrejas Islã, Judaicas e Cristãs estão fazendo? Isso é muito triste.

Eu já sabia disso, mas o driver me contou dessa prática na noite de minha chegada. Ele me ofereceu haxixe e eu disse q não, obrigada. Depois eu, ele e Mahmoud paramos no Carrefour em frente ao aeroporto. Mahmoud desceu para trazer os turistas e ele foi explicando q muitos dos muçulmanos estão usando drogas haxixe e alcool, pois as mulheres após o 4º ou 5º filho já não desejam o sexo. Filhos dão status ainda mais se for homem, se elas atingem seu objetivo elas não querem mais sexo. Isso vem atingindo toda a sociedade, imagine entre os grandes problelmas pós-circuncisão estão a inflamação das trompas e infertilidade e se não engravidam representam nada na sua cultura e sociedade, além de dor intensa durante o coito, baixa lubrificação. Apesar de sabermos que a cabeça é o principal órgão sexual, elas de fato não conseguem ter desejo, pois suas cabeças dizem que isso é mal (=haram = pecado). Não dá para inumerar todos os problemas fisícos, psiquicos e sociais que são reflexo dessa prática. Mahmoud voltou com as turistas, como não sabia se elas falavam inglês preferimos mudar de assunto.

Nos dias que se seguiram eu só comprava coisas nas mãos de mulheres, eu as abraçava. Pensava: podia ser eu! Não precisa ser árabe para pensar assim, não precisa nem ser mulher... basta ser ser humano. Eu sou muito empática, fiquei bolada sobre o assunto, li muito em vários sites qdo cheguei. Prometi esse post, mas não dava, não saia. Sabe o q eu acho? Q a raiz disso tudo tá na pobreza e na desinformação. Falo com Mahmoud até hoje e ele acha a coisa mais normal do mundo. Gente! a internet lá é bloqueada, a maioria da população tão pouco sabe falar outro idioma, a Tv só passa programa da Liga Árabe, e o governo proibiu mas não parece ter muito interesse em acabar definitivamente com isso... Cara, vc vai no Egito e guia não fala sobre isso. Esse lado do Egito ninguém vê, fala... estou aqui falando por elas, eu podia ser uma delas. E vc?

Fontes: